Quem voltar de viagem do feriadão deste fim de semana precisará estar precavido quanto ao tanque de combustível. Próximo segunda-feira, 19, feriado de São José, durante todo o dia, os postos de gasolina não funcionarão no Ceará. A decisão é resultado de discordâncias relativas a questões trabalhistas entre o Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sinpospetro-CE), que representa a classe trabalhadora, e o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos), representante do empresariado do ramo. A decisão é válida para todo o Estado.

O Sinpospetro alega que as negociações não tiveram sucesso e, por isso, “não há instrumento coletivo que autorize o funcionamento dos postos nos dias feriados”, diz o sindicato em comunicado.
Em entrevista ao O POVO Online, o presidente da agremiação, Ardilis Arrais, afirma que o sindicato patronal está promovendo uma errada interpretação da reforma trabalhista. Ele afirma que o Sindipostos pretende retirar direitos como vale-refeição, cesta básica, seguro de vida e percentual de horas extras, transformando-os em bonificação para quem atingir metas.
“O sindicato dos tralhadores não se nega a negociar, mas desde que haja um acordo“, diz Arrais. Ele informa que a última vez que os postos fecharam em dia de feriado foi exatamente no dia de São José, em 2015. Ainda conforme Arrais, a sugestão do Sinpospetro é de que o Sindipostos garanta a manutenção das conquistas da convenção de 2017 e negocie o acordo coletivo para a convenção de 2018.
O assessor de economia do Sindipostos, Antonio José Costa, afirmou à reportagem que a organização dos trabalhadores tem mais de 60 reivindicações. Para eles, quem está com uma interpretação errada é o Sindospetro. Ele descarta a possibilidade de prejuizo aos postos. “A gente não tem essa avaliação porque o abastecimento, porque é inelástico (ou seja, pode-se duplicar a sua oferta, reduzir ou aumentar o seu preço de vendas e mesmo assim o aumento ou diminuição da demanda se alterará de modo insignigicante). Não faz muita diferença”.
Mudança de planos?
Ambos consideraram como improvável haver mudança na decisão de não funcionamento. Como motivo para a afirmativa, Costa disse que não haverá outra reunião até o feriado, impossibilitando qualquer acordo. Já Arrais diz que o funcionamento dos postos só aconteceria se o sindicato patronal procurar os trabalhadores.
Fonte: O POVO