O governo desembolsou R$ 13,5 bilhões para atender às reivindicações dos caminhoneiros e pôr fim a greve que durou 11 dias. Para o gerente-executivo de Política Econômica da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Flávio Castelo Branco, o custo das medidas vai recair sobre a população, que ainda não entendeu que pagará a conta.
“Mesmo que a carga tributária não seja elevada, o governo não vai ter recursos para fazer outras atividades. Pelo lado da despesa, haverá cortes em projetos e programas”, disse em entrevista ao Poder360.
Para ele, as medidas encontradas pelo governo para conter a crise dos combustíveis foram inadequadas e tomadas no “calor do momento”. Ele classificou o tabelamento do frete rodoviário como “1 equívoco” que “enrijece o sistema”. Nesta 5ª feira (14.jun.2018), a CNI ingressou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a fixação de valor mínimo.
Castelo Branco defendeu que será difícil chegar a 1 acordo sobre o tema. Isso devido à complexidade do sistema de transporte de cargas no Brasil, que dificulta a implementação de preços fixos.
Já as medidas fiscais, como a reoneração da folha de pagamento e a redução da alíquota do Reintegra, programa que desonera exportadores, afetam diretamente a recuperação da indústria, na avaliação do gerente-executivo. Ele afirmou que as mudanças geram imprevisibilidade e interferem no planejamento financeiro das empresas.
“A economia entrou numa zona de incerteza, principalmente em função do quadro eleitoral e das questões dos caminhoneiros. A resposta  do governo, 1 pouco errática, gera ainda mais imprevisibilidade”, disse.
Fonte: Agência Brasil